Greve Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública - 6 de dezembro de 2024
Greve Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública
6 de dezembro de 2024
Informa-se a comunidade escolar que está convocada uma greve nacional dos trabalhadores da administração pública para o próximo dia 6 de dezembro de 2024.
Assim, o Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca vem por este meio alertar todos os pais e encarregados de educação para os cenários que podem ocorrer, nomeadamente o não funcionamento de atividades letivas.
Os pais e encarregados de educação devem estar precavidos para esta situação, confirmando nas portarias das escolas se estão reunidas todas as condições para o seu bom funcionamento e procurando, se necessário, as alternativas convenientes.
Apelamos à partilha desta informação pela comunidade para que a mesma seja bem difundida.
O Diretor,
Carlos Alberto Martins de Sousa Louro
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 10
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 10

Camões: Embarca Engenho e Arte – “Esta é a ditosa pátria minha amada”
“Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floreça
Nas armas contra o torpe Mauritano,
Deitando-o de si fora; e lá na ardente
África estar quieto o não consente.
Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o Céu me dá que eu sem perigo
Torne, com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.
Esta foi Lusitânia, derivada
De Luso ou Lisa, que de Baco antigo
Filhos foram, parece, ou companheiros,
E nela antão os íncolas primeiros.”
Luís de Camões, “Os Lusíadas”, III, 20-21.
Depois de traições, armadilhas, tentativas de destruição e outros perigos vividos na Ilha de Moçambique, em Quíloa e em Mombaça, a armada de Vasco da Gama encontra, finalmente, um porto seguro em Melinde, onde os Portugueses são calorosamente recebidos.
O rei local acolhe-os em festa e pede a Vasco da Gama que lhe fale de Portugal e da nossa História. É isso mesmo o que ele faz, tratando primeiro “da larga terra” e, em seguida, da “sanguinosa guerra”.
Após a descrição da Europa, chega à localização geográfica de Portugal:
“Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa
E onde Febo repousa no Oceano.”
E continua com o verso emblemático, que abre a estância 21 do canto terceiro: “Esta é a ditosa pátria minha amada (…).”
O termo “pátria” tem origem etimológica no latim (“pater, -tris”) e remete não só para a ideia de “pai”, mas, sobretudo, para o conceito social e respeitoso de antepassado ou antepassados, a quem devemos um património, que importa honrar.
São eles os heróis, de uma família e de um povo… E, neste contexto, ocorre, de imediato, um outro verso famoso do canto oitavo, em que Paulo da Gama apresenta ao Catual da cidade indiana de Calecute, num tom solene, figuras grandes da história portuguesa e sintetiza a admiração e o respeito de um povo pela figura de Dom Nun’Álvares Pereira, referindo “Ditosa pátria que tal filho teve!”.
Foi ele, de facto, quem, em plena crise de 1383-1385, “quando a independência da pátria estava presa por um fio ténue”, tomou “sobre si a tarefa hercúlea de tudo assumir sobre seus ombros – a imagem remete necessariamente para Hércules que, traído por Atlas quando dele se aproximou para saber do paradeiro das Hespérides, aceitou tomar a seus ombros o globo terráqueo” (Aires A. Nascimento).
A par desta visão épica de Portugal, outras há com forte pendor negativo e de profundo desencanto.
Jorge de Sena, por exemplo, no poema "A Portugal" (1961), não hesita em recusar a pátria, que não é a mátria de Eduardo Lourenço, mas antes a madrasta:
“Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de ter nascido dela.”
E a revolta do poeta termina em apoteose:
“(…) és peste e fome e guerra e dor de coração.
Eu te pertenço, mas ser's minha, não.”
Para Jorge de Sena, Portugal não é a mátria lusitana exaltada n’“Os Lusíadas”, mas, antes, a madrasta que provoca desencanto.
384 anos depois da Restauração ou Aclamação da Independência, a 1 de dezembro de 1640, Portugal continua um desafio à cidadania de todos e de cada um de nós. Até porque permanece lapidar o verso final do poema “Infante” (“Mensagem”, 1934), de Fernando Pessoa: “Senhor, falta cumprir-se Portugal!”.
A Organização
Contratação de Escola 2024/2025 - Grupo de Recrutamento - 320 (02-12-2024)
Contratação de Escola 2024/2025 - Grupo de Recrutamento - 320 (02-12-2024)
(Decreto-Lei n.º 132/2012 de 27 de junho)
Contratação de Escola com vista ao suprimento de necessidades temporárias de pessoal docente, para o ano escolar de 2024/2025.
"OPINIÕES DE SEGUNDA" - "Inteligência artificial na escola - adjuvante ou oponente?"
"OPINIÕES DE SEGUNDA" - "Inteligência artificial na escola - adjuvante ou oponente?"
Clube de Leitura do 1.º Ciclo
Clube de Leitura do 1.º Ciclo
Um grupo de alunos do 1.º Ciclo da Escola Básica Diogo Bernardes participou em mais uma sessão do Clube de Leitura, dinamizado pela Biblioteca Escolar.
No centro da conversa esteve a obra “Não abras este livro”, de Andy Lee, com ilustração de Heath McKenzie.
Explorando o equilíbrio, nem sempre fácil, entre a curiosidade e a proibição, o diálogo proporcionou a construção de pontes com outras narrativas, nomeadamente a do Jardim do Éden bíblico, com Adão e Eva no paraíso, a história mitológica de Orfeu e Eurídice e a lenda do Penedo da Moura.
A sessão, que contou ainda uma chamada de atenção para elementos paratextuais do livro, revelou-se um momento excelente de partilha, de exercício do domínio da oralidade e do espírito crítico e também uma oportunidade de aprofundamento da autoestima e da autonomia.
Biblioteca Escolar
Férias de Natal - Cartaz de Atividades
Férias de Natal
Cartaz de Atividades
Inscrições abertas até dia 6 de dezembro
www.cooperativame.pt/apoioafamiliapontedabarca
“Kiko e a Mão”: “Aqui ninguém toca!”
“Kiko e a Mão”: “Aqui ninguém toca!”
O livro “Kiko e a Mão” esteve no centro de uma conversa que mobilizou as turmas do 4.º ano das Escolas Básicas de Entre Ambos-os-Rios, de Crasto e Diogo Bernardes.
Dinamizadas por Inês Portocarrero Araújo, da Biblioteca Municipal de Ponte da Barca, as sessões aconteceram no âmbito da celebração do Dia Europeu da Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual, que, desde 2015, se assinala a 18 de novembro.
O livro “Kiko e a Mão” é uma publicação do Conselho da Europa e foi criado propositadamente para explicar aos mais novos, de forma simples, a regra “Aqui ninguém toca!”, a fim de que possam perceber a diferença entre o contacto físico bom e o contacto físico mau.
O trabalho – que possibilitou um diálogo saudável com as crianças sobre o assunto – foi uma iniciativa da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Ponte da Barca com a colaboração da Biblioteca Municipal, em articulação com a Biblioteca Escolar e o Departamento do 1.º Ciclo.
Biblioteca Escolar
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 9
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 9

Camões: Embarca Engenho e Arte – “Descalça vai pera a fonte”
Descalça vai pera a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamalote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa, e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa, e não segura.
Luís de Camões, Lírica, fixação de texto de Hernâni Cidade, Lisboa, Círculo de Leitores, 1980, p. 128.
Neste vilancete, o sujeito poético descreve Lianor, num ambiente rural, a caminho da fonte, onde vai buscar água…, e não só!
Ela é uma jovem frágil, delicada e formosa, com graciosidade e pureza interior, mas insegura: “Vai fermosa, e não segura.” Esta ideia constitui, aliás, o refrão, repetido no final de cada estrofe.
Por um lado, valoriza-se a beleza física de Lianor, num retrato idealizado à maneira clássica, em que sobressai a pele branca e os cabelos louros, qualidades realçadas com as metáforas "mãos de prata" – "mais branca que a neve pura" – e "cabelos de ouro entrançado":
“(…) Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura."
E, para acentuar a beleza, o sujeito poético recorre a cores contrastantes: branco – símbolo de pureza e de inocência –, vermelho – que remete para a força, a vida, a sensualidade – e também à prata e ao ouro, que sugerem brilho, luminosidade, importância, perfeição.
Mas, para além da exaltação da beleza física e também espiritual de Lianor, surge a referência à sua posição social humilde e ainda, sobretudo, à sua insegurança, porque ela vai à fonte, não apenas para buscar água, mas para se encontrar, às escondidas, com o seu namorado.
Os elementos bucólicos presentes neste vilancete, escrito em redondilha maior, a medida velha de versos com sete sílabas, bem como a conceção da mulher e do amor, colocam o poema de Camões na linha da poesia trovadoresca medieval.
Sobressai a conceção platónica do amor, assim como uma visão idealizada e estereotipada da mulher, com os cabelos da cor do ouro e as mãos da cor da prata.
Em pleno século XXI, estes códigos de beleza continuam válidos em algumas situações. Mas, em muitos outros contextos, são bem diferentes os atuais padrões de beleza femininos difundidos até à exaustão, a ponto de, por vezes, causarem profundo impacto negativo, em termos de saúde física e mental…
Enfim, tal como conversámos na última semana, “(…) mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”.
Sugerimos a escuta do vilancete “Descalça vai pera a fonte”, interpretado pela soprano Ana Madalena Moreira, acompanhada ao piano por Lucjan Luc…
A Organização
25 de novembro de 1975
25 de novembro de 1975
O Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca lembra mais uma vez a importância dos 50 anos do 25 de abril, a “Revolução dos Cravos” e a Liberdade de Expressão, celebrada e vivida na comunidade escolar. Na concretização do Plano Cultural de Escola e em parceria com a Câmara Municipal celebramos o dia 25 de novembro em simultâneo, relembrando a crise que sucedeu nesse dia em 1975, os militares ligados à extrema esquerda tomam pontos estratégicos e o país entra em estado de sítio. Sendo uma tentativa falhada de golpe militar, essa “movimentação militar conduzida por partes das Forças Armadas Portuguesas, resultou mais tarde no fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e num processo de estabilização da democracia representativa em Portugal.”
O Chaimite, um dos símbolos importantes de toda esta revolução, marca presença no centro da vila, para reforçar esta data e envolver toda a comunidade no trabalho que foi realizado na escola, com a colaboração do funcionário João Madama e dos professores José Félix e Julieta Mendes.
"OPINIÕES DE SEGUNDA" - "O desafio da leitura entre os jovens"
"OPINIÕES DE SEGUNDA" - "O desafio da leitura entre os jovens"

















