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Plano de desenvolvimento da melhoria das aprendizagens
A experiência adquirida no ano letivo transato demonstrou que nem sempre foi possível que todos os alunos desenvolvessem aprendizagens bem-sucedidas. Apesar da intenção de chegar a todos os alunos, acentuaram-se as desigualdades sociais no acesso ao currículo e à aprendizagem, por motivos vários. As situações de dificuldade no acesso às tecnologias digitais, o tipo de acompanhamento de que dispunham em casa, a insuficiente autonomia e autorregulação, a faixa etária em que se encontravam, entre outras, limitaram ou mesmo impediram as aprendizagens, reduzindo o sucesso educativo de alguns alunos.
Assim, importa, para 2020/2021, equacionar, desde já, a recuperação das aprendizagens não realizadas / consolidadas no ano letivo anterior, bem como redefinir estratégias de ação que permitam chegar a todos os alunos, a partir de um diagnóstico preciso e através do desenvolvimento da escola como um ecossistema de aprendizagem, quer se trate de um contexto presencial, misto ou não presencial.
Perante este contexto a ação do Agrupamento não pode desperdiçar energias, dos professores e escola, e de vidas, dos alunos! Impõe-se atuar. Atuar em conjunto. Mobilizando para o nosso trabalho os poderes públicos e a sociedade em geral, tanto dentro como fora da escola. E esse trabalho conjunto deverá ser a ambição e o compromisso de todos!
A ação da escola, todos o sabemos, significa compreender que o trabalho escolar deve estar centrado nas aprendizagens, criando as condições para que, desde tenra idade, as crianças dominem os instrumentos que lhes permitem ler a palavra e ler o mundo.
Perante a necessidade da recuperação e consolidação de aprendizagens, sabemos alguns, é fundamental valorizar o papel e a ação dos professores. Porque nada substitui um bom professor! Mas é necessário que haja motivação e confiança e que se crie nas escolas um clima de cooperação e de colaboração. Mas também é necessário dar condições às escolas para que, no quadro da sua autonomia, mobilizem todos os esforços, no seu interior, mas também na sociedade (famílias, autarquias, associações, etc.), para que Ponte da Barca se valorize pela educação e pelo conhecimento.
O plano de desenvolvimento da melhoria das aprendizagens do AEPB requer, especialmente neste ano, algo muito simples: da sala de aula, à escola no seu todo, da família e comunidade à autarquia, dos responsáveis políticos aos diversos parceiros sociais, assumamos a necessidade de trabalhar juntos o desígnio de melhorar a qualidade das aprendizagens dos nossos alunos para alcançarmos mais sucesso escolar.
Não é agora que começamos. Este é um trabalho que a escola tem desenvolvido ao longo dos anos. Contudo, a ação isolada da escola e dos docentes, por mais competente, responsável e empenhada que seja, não conseguirá, por si só, resolver um problema que, embora vivido no espaço escolar, tem também causas que extravasam os limites e a capacidade de intervenção das nossas escolas. Referimo-nos, por exemplo, à desvalorização da cultura escolar, do conhecimento e da qualificação como fatores importantes de integração e de mobilidade social, e a uma aceitação passiva do insucesso, vendo-o como uma fatalidade que passa de pais para filhos e contra a qual não há nada a fazer.
No momento, a escola, após dois períodos de confinamento, importa assegurar a criação de ambientes seguros e de apoio que promovam o bem-estar socioemocional, a segurança, o desenvolvimento pessoal e a aprendizagem.
Neste âmbito, devem ser desenvolvidas estratégias de organização escolar e atividades que promovam:
- O sentimento de pertença à turma e à escola;
- A partilha de experiências durante o confinamento;
- A reflexão sobre a nova realidade da escola;
- O sentimento de segurança;
- A socialização, a empatia e a colaboração;
- A ligação à comunidade.
Este nosso plano, apesar de nortear o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem ao longo dos anos letivos de 2021/2022 e 2022/2023, integra atividades a serem desenvolvidas de modo mais intensivo nas primeiras semanas de aulas, havendo a possibilidade de gerir de modo mais flexível o currículo, adotar respostas organizacionais, curriculares e pedagógicas específicas, com vista ao sucesso e à inclusão de todos os alunos.
Importa, neste período inicial, promover a transição para as aprendizagens subsequentes, numa lógica de continuidade, progressão e complexificação crescente, salvaguardando-se a sequencialidade do processo de ensino, de avaliação e de aprendizagem.
O Plano, tenhamos sempre presente, está organizado para o ensino presencial e desenvolve-se em quatro dinâmicas:
- Acolher os alunos: a promoção do bem-estar socioemocional dos alunos e dos professores deverá ser entendida como fulcral para o restabelecimento do sentimento de pertença ao grupo e à escola, para o desenvolvimento da sensação de segurança no espaço escolar e para a socialização com os pares, aspetos essenciais ao sucesso das aprendizagens.
- Identificar conhecimentos, capacidades e atitudes impeditivos de progressão: as escolas deverão identificar o conjunto de conhecimentos, capacidades e atitudes não abordados ou não consolidados por parte dos alunos, considerados indispensáveis, relevantes e significativos em cada área disciplinar/disciplina/módulo/UFCD, tendo, em regra, por referência o ano de escolaridade ou de formação. Trata-se da identificação das aprendizagens não concretizadas que possam vir a impedir o aluno de progredir. Esta identificação é realizada a dois níveis: no departamento curricular/grupo disciplinar ou pelo professor titular/ conselho de turma.
- Alinhar as respostas organizacionais, curriculares e pedagógicas com as situações diagnosticadas e em função de cada contexto: na tomada de decisão sobre o Plano de Atuação para 2020-2021, devem ser considerados: • a faixa etária dos alunos; • o ano de escolaridade/de formação; • as disciplinas/áreas disciplinares/módulo/UFCD em causa; • as metodologias a desenvolver, bem como os espaços e o tempo a usar; • as necessidades dos alunos e dos professores; • os recursos disponíveis.
- Mobilizar a escola enquanto ecossistema de aprendizagem: a intencionalidade do Plano de Atuação deverá ser partilhada por todos os intervenientes da comunidade escolar. Deste modo, ao apropriarem-se deste propósito comum, todos se sentirão como peças-chave no desenvolvimento de um ecossistema de aprendizagem em cada escola, independentemente dos modos como o ensino se encontrar organizado.
Assim, para dar cumprimento às orientações normativas e às necessidades decorrentes do contexto educativo, o Plano de Atividades de Recuperação e Consolidação das Aprendizagens, a ser aplicado no Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, organiza-se em torno de quatro eixos que serão planificados, no âmbito do conselho de turma e de ano, no caso do 1CEB, até ao arranque do ano letivo.
- EIXO UM: Desenvolvimento dum plano de compreensão leitora por todos os alunos. Se uma das dificuldades diagnosticadas é a leitura, interpretação e compreensão de enunciados, a todas as disciplinas, devem trabalhar-se, com pequenos exercícios, essas competências. Os recursos a utilizar serão definidos no seio do departamento/grupo de recrutamento por ano de escolaridade.
- EIXO DOIS: Clarificação do sentido exato dos verbos de comando: explicitar, identificar, clarificar, exemplificar, justificar... Outra das insuficiências diagnosticadas. Os recursos a utilizar serão definidos no seio do departamento/grupo de recrutamento por ano de escolaridade.
- EIXO TRÊS: Exploração de metodologias de estudo com os alunos. Não é a falta de métodos de trabalho um problema sempre apresentado? Devem, em consonância com essa lacuna, ser ativamente desenvolvidas situações/contextos que proporcionem aos alunos a aquisição/ o desenvolvimento de estratégias para que o estudo seja mais eficaz. Os recursos a utilizar serão definidos no seio do departamento/grupo de recrutamento por ano de escolaridade.
- EIXO QUATRO: Conhecimento, por parte dos alunos, de processos de investigação e sua utilização orientada para a elaboração de trabalhos de cariz científico. Os recursos a utilizar serão definidos no seio do departamento/grupo de recrutamento por ano de escolaridade.
Mas este plano não se esgota nestas estratégias. Outras há, já no terreno, que têm continuidade. E no âmbito do Programa de Combate ao Insucesso e Abandono Escolar, o AE de Ponte da Barca continua a assumir, agora com maior premência, que existe ainda um caminho a percorrer. Sobretudo se atendermos aos níveis de escolaridade dos encarregados de educação, muito abaixo dos níveis nacionais, que revelam a fragilidade do acompanhamento da família nos processos de aprendizagem.
Com indicadores que continuam a apelar à nossa intervenção: o histórico de sucesso e insucesso a algumas disciplinas, a qualidade do sucesso alcançado, o número de negativas nas provas finais de nono ano. Estes indicadores revelam a necessidade de intervenção ao nível dos processos de aprendizagem e de motivação escolar através do recurso a estratégias inovadoras e ações concertadas, dentro e fora da escola, e que favorecem a participação ativa e o desenvolvimento e a capacitação da comunidade educativa como um todo e, em particular, dos alunos, dos professores e das famílias, tendo por base a valorização dos processos educativos e do território onde a escola se insere.
O programa contempla as seguintes medidas:
- PREVINT: programa criado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro que tem como objetivo a consciencialização e sensibilização de adolescentes e adultos relativamente às dinâmicas de funcionamento da violência nas relações interpessoais.
- PASSAPORTUGAL: iniciativa da GONKSYS, enquanto empresa promotora, e da vontade da Agrupamento e da Câmara Municipal de Ponte da Barca, todos partilhando da vontade comum de contribuir para a educação dos mais novos, aqueles que são o futuro da nossa sociedade! Constitui um instrumento pedagógico para a promoção de novos conhecimentos e competências, assim como um espaço onde os Parceiros associados reforçam o tão importante trabalho de sensibilização e divulgação de recursos educativos nos mais diversos temas: Ecologia / Reciclagem / Meio Ambiente; Comportamentos / Cidadania; Saúde / Primeiros Socorros; Novas Tecnologias / Segurança na Net; Segurança Pública / Rodoviária; Segurança e Saúde no trabalho; O Mundo do Trabalho e das Profissões; A sensibilização para o respeito pela diferença e igualdade de oportunidades.
- MILAGE APRENDER+: Desenvolvida pela Universidade do Algarve a plataforma MILAGE Aprender+ para dispositivos eletrónicos, permite aos alunos acederem a conteúdos pedagógicos, dentro e fora da sala de aula. É uma ferramenta de apoio aos alunos na resolução autónoma de fichas de exercícios e de apoio ao professor na gestão do seu tempo na sala de aula, na medida em que este não tem de resolver na sala de aula os exercícios que constam nas fichas integradas na plataforma MILAGE Aprender+. De modo a estimular e apoiar a realização das várias atividades propostas, a interface da plataforma MILAGE Aprender+ incorpora características de gamificação, com diferentes níveis de dificuldade de exercícios, para apoiar alunos com maiores dificuldades de aprendizagem matemática e incluir também alunos mais avançados. Esta preocupação em incluir no processo todos os alunos reflete-se também quando a app apresenta vídeos detalhados, com a resolução dos exercícios para aqueles alunos com mais dificuldades poderem perceber passo a passo a sua resolução, e, vídeos concisos com os passos essenciais na resolução de um exercício.
- MATHCITYMAP: A aplicação MathCityMap permite que estudantes de todas as idades observem objetos interessantes nas imediações da escola, no parque, na cidade ou em quase todos os lugares usando as suas capacidades matemáticas. Com o MathCityMap, os estudantes podem aplicar os seus conhecimentos matemáticos fora da sala de aula e descobrir o meio que os rodeia a partir de uma perspetiva matemática. A aplicação MathCityMap é gratuita, está disponível para Android e iOS e é utilizada, no nosso Agrupamento, pelos docentes de Matemática para promover, através de cenários de aprendizagem que idealizam e criam, as aprendizagens da disciplina de matemática, fora da sala de aula, via uma App.