O corpo é que paga
O corpo é que paga
No dia 5 de dezembro, teve lugar um teatro/debate no polivalente da Escola Básica e Secundária de Ponte da Barca, promovido pelo programa “Cuida-te”, do Instituto Português do Desporto e Juventude, ao qual nós, alunos do 9.º ano, fomos convidados a assistir.
Integrada no tema da Educação para a Saúde, esta peça de teatro visava alertar o público para a necessidade de adquirir hábitos alimentares saudáveis. De uma forma satírica, quase irónica, o enredo desta encenação dividia-se em três casos e denunciava problemas comuns à adolescência, a nossa idade, onde aprendemos a ser “crescidos”, uma fase muito importante da nossa vida caracterizada por escolhas que nos definirão mais tarde, incluindo as alimentares.
Munidos de uma grande capacidade de representação e improviso, como se pôde verificar mais tarde, os três atores deste teatro utilizaram hipérboles para cativar a audiência e denunciar problemas como a anorexia e a obesidade e, de uma forma exagerada, mostraram ser capazes transmitir a sua mensagem.
Numa segunda parte, os atores voltaram a encenar cada um dos “sketches” e convidaram os alunos a intervir e encarnar na pele de uma personagem alheia às histórias anteriores. Desempenhando um papel de “deus”, cada um dos alunos que se voluntariou para participar estava encarregue de alterar, interferir até, nas ações dos atores, decidindo o curso que a história poderia tomar e, de uma perspetiva teatral, simular como seria se cada um de nós estivesse na mesma situação e tivesse que ajudar um amigo com problemas semelhantes. Isto tudo levou a que, de uma forma ordeira, se começasse a formar uma espécie de debate que muitas Assembleias e Congressos invejariam.
No fim do espetáculo, os alunos aplaudiram e abandonaram o polivalente, conscientes de que as suas más ações são responsáveis, quais sentenças de morte, pela destruição do seu corpo.
Afinal, William Shakespeare já tinha razão quando disse: “O meu corpo é um jardim, a minha vontade o seu jardineiro”. Para mudar, tratar do nosso jardim, apenas é necessário que haja boa vontade.
Rúben Beito Lima, 9.º B